domingo, 21 de julho de 2013

Sob a Redoma (Stephen King)




Foram exatamente 21 dias imerso com toda a inacreditável história da pequena cidade Chester’s Mill e sua inexplicável redoma. Entre viagens, o intenso São João e São Pedro. Chega ao fim mais uma prazerosa leitura de um livro que muito me surpreendeu.

Sob a Redoma tem como base o aparecimento de uma inexplicável barreira que isola a cidade e seus moradores do resto do mundo, Sua construção é desconhecida e várias são as teorias para o seu inexplicável aparecimento: Uma experiência secreta do governo, Terrorismo, Alienígenas, Ira Divina. Confesso que nesse ponto a justificativa escolhida por King para explicar o surgimento da redoma foi a mais fraca das teorias que conspirei para a trama, mas nada que empobreça o desenvolvimento anterior, já que esse é um dos acontecimentos finais no livro e pouco explorado, já que ele podia muito bem esticar mais algumas páginas para desenvolver esse ponto, o livro já é longo mesmo o que seria mais um capitulo.

Mas o livro não foca apenas na redoma e seus mistérios, ele levanta inúmeros pontos, O que vai acontecer com a cidade nesse tempo de confinamento, o psicológico de seus moradores e o meio ambiente da cidade. O autor se prendeu quase todo o livro no teor psicológico de sua criação e acabou deixando o meio ambiente dentro da redoma em segundo plano, só após uma grande catástrofe é que o clima ganha o seu devido destaque, a meu ver ficaria muito mais interessante lançar mão desse elemento com uma curta passagem de tempo e focar na sobrevivência de seus inúmeros personagens com os poucos recursos disponíveis ali dentro e não apenas focando a ditadura desenfreada de um político tirano.


A narrativa possui um ritmo intenso e popular, o que a torna fácil de entender e conseguir associar ao decorrer das páginas os inúmeros personagens (essa era uma das minhas preocupações quando comecei a ler, esquecer alguns deles pelo caminho ou com o passar dos capítulos, simplesmente esquecer da existência de algum dos personagens que mais tarde seria essenciais) , King não foca especificamente em ninguém, claro que Dale Bárbara e Big Jim são os principais e são eles que roubam a cena, mas outros personagens acabam nos cativando como é o caso do Ollie, a sua história de perda e sobrevivência e tão grande que não tem como não se sensibilizar e ser cultivado com a improvável amizade do garoto das vacas e o soldado, acabei até torcendo por um romance entre eles e não apenas em uma amizade (sem falar que esse resgate roubou toda a minha atenção no final do livro). Ainda tem Junior e sua encantadora e maníaca Psicose, não possui nenhum senso do certo e errado, sua meta é sempre em beneficio próprio. Julia Shumway é uma heróica jornalista e Joe Espantalho o garoto nerd e possível salvador da pátria.


Sob a Redoma é uma obra prima, possui uma profundidade implícita nas questões levantadas, toda a idealização de bem e mal é colocada em jogo, o que impera é o instinto de sobrevivência. Até onde somos capazes de chegar e quais são os limites para nossas ações?
Antes de terminar, três motivos que me incomodou ao decorrer dessa leitura e que já deixei transparecer ao decorrer dessa resenha, foram as seguintes: A explicação sobre a causa do surgimento Redoma, entre tantas opções a usada e pouco explicada foi decepcionante, não tanto pelo fato do como, mas pela falta de desenvolvimento da teoria. O segundo ponto foi o final do vilão da história, torcia para Big Jim ter um final mais horroroso, macabro e doloroso e não apenas mediano, ficou a sensação de que o autor não pensou em um final para o seu grande vilão. O terceiro ponto é, poderia ter uma passagem de tempo para que as mudanças climáticas e o particular efeito estufa dentro da redoma pudesse virar um personagem principal dentro da história e não apenas mero coadjuvante no final da história. O final pareceu meio fora do contexto geral do livro, mas nada que atrapalhe a qualidade dessa brilhante obra que é Sob a Redoma, apesar de ser a primeira história de Stephen King, amei a sua genialidade e estou curioso pra ler logo outro de seus livros.

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