domingo, 21 de julho de 2013

Ela só Queria Casar (Marcelo Cezar)




Confesso que o que me fez ler esse livro foi a linda capa, a temática espirita e a seguinte pergunta que nos é feita “O que você faria se morresse no dia do seu casamento?”. Porém, quando Gláucia morre, ao invés de termos um livro onde a protagonista fica perto de seus parentes e tenta consertar as suas falhas, temos uma Gláucia fraca, que não consegue se livrar dos pensamentos ruins de Luciano e seguir em frente, e que quando recebe ajuda espiritual passa a "viver" para a espiritualidade dela e deixa a cargo de Magali e Débora a tarefa de apaziguar a ira de Luciano contra ela, quem rouba a cena no livro são Magali, Débora e Sarajane. Mas o livro, teoricamente, é sobre Gláucia...

Ela só queria casar em especial, traz reflexões muito importantes, principalmente sobre o perdão. A trama é bem desenvolvida, e a narrativa tem uma boa pegada e possui uma linguagem simples e rápida. Os capítulos são curtos, o que faz com que a leitura avance rapidamente. Por ser um livro relativamente curto por apresentar muitas histórias paralelas a da “menina que só queria casar”, tornou o desfecho de ambos atropelados, embora as histórias se entrelacem como toda a filosofia espirita, mas não custava prolongar um pouco e tentar contar melhor o drama de Sarajane, enfatizar e centrar a história de Gláucia.

Esse é o primeiro livro que leio do Marcelo Cezar e confesso que gostei de como ele conduz a sua história e como consegue entrelaçar as doutrinas espiritas com o seu romance sem forçar uma coisa didática, inclusive esse é o que mais me preocupa quando vou ler romances espiritas, já que não sou adepto, apenas acho lindo um romance com um que de sobrenatural.


Ela só queria casar é um ótimo livro para quem curte um romance do gênero, uma história delicada e emocionante, com personagens envolventes e dramas interessantes.
Super indico essa leitura.

O silêncio das Montanhas (Khaled Hosseini)




Escrever sobre o Livro “O silêncio das Montanhas” de Khaled Hosseini é um pouco contraditório, pois ao mesmo tempo em que amei a história dos irmãos Abdullah e Pari, acabei questionando o porquê do autor não focar mais neles enquanto protagonistas.

Uma coisa que não dar pra questionar é o dom da escrita e a tamanha sensibilidade de Hosseini em criar, descrever, ou narrar situações em seus livros. De antemão o livro já nos cativa desde as primeiras páginas quando o pai dos irmãos conta para eles uma linda fábula, que de certa forma serve de introdução para a história deles, já que as suas vidas acabam tomando rumo semelhante a essa narrativa. Mas o que, como leitor mais me decepcionou foi o fato de que no começo de todo novo capitulo fossemos empurrados a novos personagens e suas vidas, que só com o passar das páginas eram relacionados direto ou indiretamente a história principal, porém sempre havia um fato que ligava a vida de todos aqueles personagens em comum e que acabava mudando a vida de todos eles em determinado momento de suas vidas. Nessa história o drama dos irmãos é contado de forma solta e sem foco mais centrado, o que aos poucos acabou dispersando a minha atenção da história, pois estava torcendo pelo desenrolar dos fatos e ficava sem saber de nada por alguns capítulos.

Desde que li “O caçador de pipas e A cidade sol” me apaixonei pelo estilo que ele escreve. São histórias tocantes, fortes e cheias de emoções e com “O silêncio das Montanhas” não é diferente, este é um livro que nos faz entrar em um jogo interessante de emoções e arrebatamento, pois este é um livro misto de histórias de personagens que se entrelaçam na mesma história e estes, são personagens, que como nós, têm que fazer escolhas na vida e arcar com as consequências de suas escolhas.

PS. Só quem ler o livro vai entender mesmo. Fiquei encantado com a história de amizade desses irmãos, queria apenas um lapso de memória em ambos para que toda a perda, covardia e frustração fossem compensadas.

Sob a Redoma (Stephen King)




Foram exatamente 21 dias imerso com toda a inacreditável história da pequena cidade Chester’s Mill e sua inexplicável redoma. Entre viagens, o intenso São João e São Pedro. Chega ao fim mais uma prazerosa leitura de um livro que muito me surpreendeu.

Sob a Redoma tem como base o aparecimento de uma inexplicável barreira que isola a cidade e seus moradores do resto do mundo, Sua construção é desconhecida e várias são as teorias para o seu inexplicável aparecimento: Uma experiência secreta do governo, Terrorismo, Alienígenas, Ira Divina. Confesso que nesse ponto a justificativa escolhida por King para explicar o surgimento da redoma foi a mais fraca das teorias que conspirei para a trama, mas nada que empobreça o desenvolvimento anterior, já que esse é um dos acontecimentos finais no livro e pouco explorado, já que ele podia muito bem esticar mais algumas páginas para desenvolver esse ponto, o livro já é longo mesmo o que seria mais um capitulo.

Mas o livro não foca apenas na redoma e seus mistérios, ele levanta inúmeros pontos, O que vai acontecer com a cidade nesse tempo de confinamento, o psicológico de seus moradores e o meio ambiente da cidade. O autor se prendeu quase todo o livro no teor psicológico de sua criação e acabou deixando o meio ambiente dentro da redoma em segundo plano, só após uma grande catástrofe é que o clima ganha o seu devido destaque, a meu ver ficaria muito mais interessante lançar mão desse elemento com uma curta passagem de tempo e focar na sobrevivência de seus inúmeros personagens com os poucos recursos disponíveis ali dentro e não apenas focando a ditadura desenfreada de um político tirano.


A narrativa possui um ritmo intenso e popular, o que a torna fácil de entender e conseguir associar ao decorrer das páginas os inúmeros personagens (essa era uma das minhas preocupações quando comecei a ler, esquecer alguns deles pelo caminho ou com o passar dos capítulos, simplesmente esquecer da existência de algum dos personagens que mais tarde seria essenciais) , King não foca especificamente em ninguém, claro que Dale Bárbara e Big Jim são os principais e são eles que roubam a cena, mas outros personagens acabam nos cativando como é o caso do Ollie, a sua história de perda e sobrevivência e tão grande que não tem como não se sensibilizar e ser cultivado com a improvável amizade do garoto das vacas e o soldado, acabei até torcendo por um romance entre eles e não apenas em uma amizade (sem falar que esse resgate roubou toda a minha atenção no final do livro). Ainda tem Junior e sua encantadora e maníaca Psicose, não possui nenhum senso do certo e errado, sua meta é sempre em beneficio próprio. Julia Shumway é uma heróica jornalista e Joe Espantalho o garoto nerd e possível salvador da pátria.


Sob a Redoma é uma obra prima, possui uma profundidade implícita nas questões levantadas, toda a idealização de bem e mal é colocada em jogo, o que impera é o instinto de sobrevivência. Até onde somos capazes de chegar e quais são os limites para nossas ações?
Antes de terminar, três motivos que me incomodou ao decorrer dessa leitura e que já deixei transparecer ao decorrer dessa resenha, foram as seguintes: A explicação sobre a causa do surgimento Redoma, entre tantas opções a usada e pouco explicada foi decepcionante, não tanto pelo fato do como, mas pela falta de desenvolvimento da teoria. O segundo ponto foi o final do vilão da história, torcia para Big Jim ter um final mais horroroso, macabro e doloroso e não apenas mediano, ficou a sensação de que o autor não pensou em um final para o seu grande vilão. O terceiro ponto é, poderia ter uma passagem de tempo para que as mudanças climáticas e o particular efeito estufa dentro da redoma pudesse virar um personagem principal dentro da história e não apenas mero coadjuvante no final da história. O final pareceu meio fora do contexto geral do livro, mas nada que atrapalhe a qualidade dessa brilhante obra que é Sob a Redoma, apesar de ser a primeira história de Stephen King, amei a sua genialidade e estou curioso pra ler logo outro de seus livros.

A Menina Que Não Sabia Ler (John Harding)


A Menina Que Não Sabia Ler despertou o meu interesse, primeiramente, pelo nome e pela capa que achei bem criativa e bonita, e depois pela sinopse.

Literalmente li esse livro em uma maratona de um fim de semana. Essa aparentemente inocente história que aos poucos vai se revelando um Thriller psicológico interessante me cativou. Quando comecei a ler me encantei por ser narrativa em primeira pessoa, sou apaixonado por isso, a história é totalmente envolvente no início, não dá vontade de parar de ler, então você vai lendo e um pouco do encanto vai se perdendo, fica difícil saber o que é a imaginação da Florence ou o que é real. Pontos negativos existem e algumas perguntas acabam ficando sem respostas, na verdade são esses pontos soltos e as duvidas que ficam pairando que torna essa história interessante e acaba dando um toque especial ao livro, embora ainda pense que algumas coisas deveriam ter sido melhores explicadas. Fora isso, o livro é bem escrito. Porém pensando por outro lado gosto de livros que me faça usar a imaginação e dessa forma envolver o leitor em suas tramas e dessa forma, facilmente podemos encontrar respostas para isso tudo. Pode ser que a intenção do autor realmente tenha sido essa; Deixar esses pontos pendentes para o leitor ligá-los. No final fica simplesmente a sensação de que o que foi tudo isso?


Confesso que fiquei um pouco dependente da mente confusa e das ações que florence acaba tomado posse pra resolver uma situação extrema e por fim ela acaba não conseguindo distinguir a realidade de sua fértil imaginação. Para quem gosta de leitura fantasiosa, drama e de leituras que mexem com o sistema nervoso é um ótimo livro.
No final se você ficou com a sensação se gosta ou não da Florence, não sabe quem é mal ou bom, sobram milhões de dúvidas. Afinal, quem é essa Srta. Taylor? Foi tudo imaginação da Florence? Florence é psicótica?. Tenha certeza assim como eu você definitivamente amou “A menina que não sabia ler”, pois o livro é bom por causa disso. E eu acho que isso foi exatamente uma estratégia do autor ao escreve-lo.