Resumo
retirado do terceiro livro da série "Lembranças que o Vento Traz" que
resume praticamente toda a beleza dessa história.
SENTINDO NA
PRÓPRIA PELE
Aos noventa
e sete anos, Tonha presencia a abolição da escravatura e se recusa a deixar a
fazenda onde viveu a sua vida quase toda. Chamados a intervir, Clarissa e
Luciano, os jovens filhos do senhor daquelas terras, não conseguem persuadi-la
a partir. A muito custo, Clarissa convence o pai a deixar Tonha ficar num
pequeno quartinho, onde ela narra a sua história...
No início do
século dezenove, Tonha vem da África num navio negreiro para servir de presente
de aniversário para a filha de um rico fazendeiro. Vendida pelo chefe de sua
tribo, é arrancada dos braços de sua mãe e arrastada à força, até que chega ao
Brasil, e, após breves ensinamentos, está pronta para ser apresentada a Aline,
sua nova dona. Aline, a criança branca e rica, com o tempo se afeiçoa a Tonha e
passa a questionar as atitudes do pai, contrapondo-se à forma como ele trata os
escravos. As duas meninas crescem juntas, Tonha sempre sob a proteção de Aline,
até que conhecem dois rapazes, Inácio e Cirilo, por quem se apaixonam. Aline e
Cirilo logo ficam noivos, enquanto Tonha é obrigada a viver um romance oculto
com Inácio. A partir daí, os acontecimentos se sucedem, e Tonha passa a sentir
na própria pele o mesmo tipo de tratamento que infligira aos mais humildes
quando era Cláudia, uma moça rica e fútil, que, em outra vida, desprezara os
verdadeiros valores do espírito. Até que os destinos se entrelaçam e a vida
cuida de mostrar a cada um o valor do respeito e do perdão.
COM O AMOR
NÃO SE BRINCA
Tonha, agora
uma senhora de idade, continua a serviço da mesma família, mas é
obrigada a
suportar a antipatia de Palmira, mãe dos gêmeos Fausto e Rodolfo. Idênticos
fisicamente, os gêmeos, porém, se diferenciam em temperamento. Enquanto Fausto
é íntegro e honesto, Rodolfo é invejoso e ardiloso, e trama para forçar um
envolvimento com Júlia, noiva de seu irmão, provocando neste desmesurado ciúme.
Mas o
destino lhes reserva outros caminhos, e Rodolfo acaba conhecendo Marta, filha
do capataz da fazenda, que se apaixona por ele e tudo fará para conquistar-lhe
o coração. Ao mesmo tempo, outros personagens vão surgindo, como Camila, filha
de Palmira, e seus filhos, Dário e Túlio, este envolvido nos prazeres e no
crime. Ao mesmo tempo, na fazenda vizinha, uma família de judeus sofre com o
preconceito e a enfermidade da única filha, acometida de tuberculose. Mas o
mundo espiritual traça para eles planos bem maiores, e a ajuda vem na forma de
um padre conhecedor das coisas ocultas, e de Marta, médium de cura que auxilia
na recuperação da enferma. Muitas intrigas e mentiras surgem no decorrer da
história, enquanto a vida vai colocando Fausto e Rodolfo diante de situações
que os chamam a vivenciar e vencer seus sentimentos mais difíceis. Para
Rodolfo, o ódio. Para Fausto, o ciúme.
LEMBRANÇAS
QUE O VENTO TRAZ
Este é o
final da trilogia que se iniciou com o livro Sentindo na Própria Pele, passando
por Com o Amor Não se Brinca até chegar a este, Lembranças que o Vento Traz que
encerra a história da família Sales de Albuquerque e da escrava Tonha, que a
ela se ligou por laços de amor e ódio do passado. A seqüência dos
acontecimentos, iniciados há 200 anos, termina em Cabo Frio, terra natal de meu
avô Edmundo, que apresentou as personagens reais, em espírito, ao Leonel, para
que ele trouxesse a sua história como exemplo para todos nós. Mas a história
não é dele nem foi ele quem a viveu. Suas personagens são pessoas que ele um
dia conheceu, embora não tenha tido uma convivência mais próxima com nenhuma
delas. Eram coisas de cidade pequena, no final do século XIX, onde todo mundo
se conhecia, ao menos, de nome ou de ouvir falar.
Segundo me
disse meu avô, são uma família como tantas outras, mas cujas verdades
desconhecemos. Ninguém nunca soube do drama que se desenrolou naquela casa, e
para os habitantes da cidade, eram apenas pessoas que viviam ali, meio
afastadas de tudo e de todos. Pessoas quietas e sem importância, que não
despertavam a atenção de ninguém. Mas a morte do corpo desperta essas verdades,
e é aí que vemos que elas jamais serão sem importância.